Visibilidade Negra – Conheça a história do bicampeão olímpico, Adhemar Ferreira da Silva

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Adhemar Ferreira da Silva (1927-2001) foi um bicampeão olímpico, primeiro atleta brasileiro a ser campeão e também bicampeão nas olimpíadas. Era homem negro e humilde, tendo estudado e trabalhado antes de começar no esporte do salto triplo. Conheceu o atletismo através de um amigo, já aos dezoito anos, e com esforço conseguiu adentrar o esporte, se tornando conhecido quebrador de recordes. Não se limitou ao esporte, se formou em Direito, Belas Artes, Relações Públicas e Educação Física.


Adhemar foi um excelente exemplo do homem negro que sempre dedicou esforço extraordinário a cada coisa que fazia, para assim alcançar reconhecimento. Em destacado exemplo, nas Olimpíadas de Helsinque, buscou aprender um pouco da língua finlandesa, alcançando a simpatia dos finlandeses e, numa mesma tarde, quebrou o próprio recorde quatro vezes.


O esporte é até hoje a porta de entrada para uma vida melhor para muitas pessoas, sendo os eventos esportivos os locais onde melhor vemos representada a diversidade da população brasileira, mas, longe de ser democrático, o esporte serviu à falsa percepção de democracia racial que Gilberto Freyre definiu em seus escritos, com o esporte sendo vetor ideal de participação do negro na sociedade mestiça. Essa diversidade sempre se baseou na abertura de oportunidades aos mais humildes, limitada, de forma que o esporte, como forma possível de ascensão social, nunca foi a mais confiável.


Com o exemplo de Adhemar, podemos aprender sobre a necessidade da inclusão de negros e negras não por brechas, mas pela porta da frente, com o escancaramento de oportunidades, e não apenas no esporte, mas em todas as áreas do conhecimento humano, para que ele não precise ser um atleta antes de ser um acadêmico, um político, ou que queira se sonhar.


Ainda hoje, décadas depois do falecimento do atleta, vemos avanços, como as ações afirmativas, mas também muitos percalços à inclusão de negros e negras, como com o esvaziamento de políticas públicas feito nos últimos anos. Com consciência disso, devemos lutar, iniciar uma marcha firme para a promoção da igualdade racial, com igualdade de direitos e oportunidades, para que cada vez mais o negro possa se ver em todos os âmbitos como seus locais de direito.

Autora: Karla Rebeca de Queiroz Rangel

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