Alfredo da Rocha Vianna Filho, o Pixinguinha, nascido em 1897 em Piedade, no Rio de Janeiro, músico por profissão desde os seus 15 anos, cresceu numa casa de músicos e aprendeu diversos instrumentos, entre os mais famosos, a flauta. Trabalhou em diversos grupos da vida noturna, como o conjunto da “Concha”, casa de chope da Lapa, a orquestra do Maestro Paulino no Teatro Rio Branco. Aos dezoito anos, fez sua primeira gravação para a Casa Falhauber, com o grupo “Choro Carioca”. Em 1918, formou o grupo Oito Batutas, com quem chegou à Paris aos 24 anos e à Argentina aos 30. Foi dirigente da orquestra do Teatro Rialto. Somente em 1937, Pixinguinha gravou o famoso choro “Carinhoso”. Na década de 40, se voltou ao Jazz, aprendendo o saxofone e adicionando-o ao seu escopo de talentos. Foi professor. Essas são só algumas coisas de sua extensa biografia.
Ao longo de sua vida, Pixinguinha integrou diversas comunidades de músicos. Poderíamos supor, a partir de sua biografia, que Pixinguinha era um gênio em sua atuação, um prodígio da música, e como tal, ele deixou um legado. Pixinguinha popularizou a forma do seu choro, revolucionou com a música popular urbana, deixando um legado à música brasileira e à música do mundo. A existência de Pixinguinha deixou um legado à tudo que há de genial da cultura negra. De seu pai, aprendeu os primeiros instrumentos, ao povo, deixou a música, e não bastando isso, ensinou música também, não deixando nenhum vácuo em suas contribuições.
Pixinguinha era excepcional, mas vivia num mundo que não era disposto a abrir portas para peles negras, e até hoje, vemos que a música negra se depara com o racismo imbuído nas estruturas da nossa sociedade. Em cima do legado de Pixinguinha, há o espaço para a construção contínua da cultura negra, aumentando esse legado para as próximas gerações. Assim, devemos derrubar as barreiras que não nos deixam enxergar os talentos e produções que ascendem das peles negras. O enfrentamento ao racismo é também a busca das raízes negras e aprofundamento delas: façamos chover.
Clássicos de Pixinguinha:
Pixinguinha, Clementina de Jesus, João da Baiana – Batuque na Cozinha